Rio Grande do Sul - Uma tragédia anunciada
ODS 13 – Ação contra a mudança global do clima
por: Luiz Asts
5/25/20243 min read
A importância de medidas imediatas para enfrentar os impactos globais
Adotar medidas urgentes para combater as mudanças climáticas e seus impactos é o principal objetivo da ODS 13, da Agenda 2030. Nos últimos anos, temos testemunhado tragédias significativas resultantes da alteração do clima. Este tema ultrapassa o debate e exige ações concretas e eficazes para conter a destruição que afeta a vida de milhares de pessoas ao redor do mundo.
A Tragédia no Rio Grande do Sul: Um Alerta
Parte da tragédia no Rio Grande do Sul foi provocada pela ação humana, especialmente pela construção em áreas de alagamento e pela falta de manutenção adequada em diques e barreiras anti-alagamento. Roberto Reis, professor da PUCRS, destaca que estas construções, realizadas nos anos 1970, nunca receberam manutenção devida. Ele aponta que a responsabilidade pela enchente recai sobre o planeta, mas a tragédia é resultado da má administração estadual e municipal.
Reis esclarece que, embora as chuvas extremas sejam um fenômeno da natureza, a intensidade da enchente no RS, a mais forte da história do estado, pode ser atribuída às mudanças climáticas exacerbadas pelo excesso de CO2 na atmosfera. Rattan Lal, cientista da Universidade de Ohio, corrobora que eventos como esse não são isolados, mencionando enchentes devastadoras no Paquistão, Índia e Emirados Árabes Unidos, todas potencializadas pelo aquecimento global.
Além das mudanças climáticas, a alteração no uso do solo contribuiu para o desequilíbrio hídrico na região. A previsão é que, após a inundação, o RS enfrentará uma seca severa, um fenômeno que Lal descreve como a "síndrome de seca-inundação", um trágico impacto das mudanças climáticas.
Biodiversidade em Risco
No Dia Internacional da Biodiversidade, 22 de maio, refletimos sobre como as mudanças climáticas aceleram a perda de biodiversidade. Animais e plantas lutam para se adaptar às mudanças na temperatura e umidade. Enquanto algumas espécies migram para sobreviver, outras encontram barreiras no desenvolvimento. A taxa de perda e extinção da biodiversidade está aumentando tanto em terra quanto no mar.
As plantas, essenciais para a regulação do CO2, são gravemente afetadas pelo desmatamento e queimadas. Um relatório da ONU sugere que a redução do desmatamento poderia diminuir as emissões de gases de efeito estufa em até 5,8 gigatoneladas de CO2 por ano.
O Que Podemos Fazer?
As ações contra as mudanças climáticas devem também focar na preservação da biodiversidade. A transição para fontes de energia renováveis e o investimento em tecnologias de captura de carbono, se implementados em larga escala, podem mitigar os impactos ambientais das atividades humanas.
Empresas podem revisar seus processos para apoiar a biodiversidade, designando responsáveis para analisar riscos ambientais e integrar considerações de biodiversidade na gestão de riscos. A população, por sua vez, deve adotar práticas sustentáveis como o descarte adequado de lixo, redução do consumo de bens supérfluos e preferência por produtos de empresas certificadas como sustentáveis.
Em seu livro Agenda 30 – Ao alcance de todos, Juscelino Olyveira salienta sobre a urgência para tomada de decisões para ações de combate efetivo para minimizar os efeitos causados na vida de todos nós e da biodiversidade do planeta, com a mudança climática acelerada.
“Diante dessas aberrações provocadas em nome do dinheiro, o objetivo de desenvolvimento sustentável de combater as mudanças climáticas tem que ser para já, de grande urgência para a sobrevivência de todas as espécies de vida do planeta. É preciso que se tomem medidas urgentes para combater as mudanças do clima com seus respectivos impactos, que estão causando danos enormes na vida de todos os seres", afirma Juscelino.